Cross-selling e upselling para corretores de imóveis
- Comunicação - Esther Feola

- há 2 dias
- 4 min de leitura
Com uma abordagem consultiva, foco no valor e leitura precisa do cliente, é possível aumentar a receita por atendimento e consolidar relações comerciais duradouras.

Nem todo cliente sabe o que quer. Muitos acreditam estar decididos até o momento em que alguém preparado apresenta uma solução mais completa, mais vantajosa, mais alinhada com suas reais necessidades. É nesse espaço de oportunidade que o corretor de imóveis pode transformar cada venda em uma chance de gerar valor adicional.
Cross-selling e upselling não são apenas termos importados do varejo — são ferramentas comerciais estratégicas que, quando aplicadas com inteligência, ajudam o profissional a vender mais, fidelizar com consistência e, principalmente, posicionar-se como especialista em soluções, e não apenas em produtos.
Oportunidades que o cliente não vê sozinho
Cross-selling é a arte de ampliar o escopo da venda inicial, oferecendo itens complementares que agregam valor. No setor imobiliário, isso pode significar sugerir uma segunda vaga de garagem, serviços de decoração, assessoria jurídica, mobília planejada ou até uma consultoria para aluguel por temporada. O objetivo não é forçar a compra de algo extra, e sim revelar possibilidades que, isoladamente, o cliente talvez não percebesse como úteis ou acessíveis.
Já o upselling exige uma escuta mais refinada e uma leitura mais sensível do desejo por trás da decisão de compra. Não se trata de empurrar um imóvel mais caro. O que se oferece é uma opção superior — seja em vista, planta inteligente, localização estratégica ou serviços exclusivos — que potencializa a satisfação do cliente em médio e longo prazo.
A grande virada é que, muitas vezes, o cliente está disposto a investir mais, desde que entenda o real benefício por trás da proposta. Corretor que domina essa leitura passa a operar com mais precisão e assertividade. Vende mais porque compreende melhor, e propõe com segurança.
Mais do que técnica, uma postura consultiva
É importante entender que nem o cross-selling nem o upselling funcionam se baseados em fórmulas prontas ou roteiros rígidos. Eles nascem da escuta qualificada, da conversa estratégica, da análise de perfil e das perguntas certas. O corretor que deseja explorar essa abordagem precisa assumir uma postura mais investigativa e menos mecânica.
Por exemplo, ao atender um casal interessado em investir em um apartamento de dois quartos para morar, o corretor atento pode perceber que há planos de expansão familiar. Isso pode abrir espaço para sugerir um imóvel com um quarto a mais, ou com estrutura de coworking e brinquedoteca, agregando valor à experiência de moradia.
O mesmo vale para investidores. Um cliente que demonstra interesse em imóveis compactos de alto padrão pode se beneficiar de uma proposta de compra em lote com condição diferenciada, ou de uma solução integrada com administração de aluguel. São sugestões que multiplicam o potencial da venda inicial — com ganhos para todas as partes.
Aumentar o ticket médio sem perder a confiança
Toda venda baseada em técnica mal aplicada soa artificial. Por isso, o sucesso do cross-selling e do upselling para corretores de imóveis está diretamente ligado ao timing e à coerência da sugestão. O cliente precisa sentir que está sendo compreendido, não manipulado.
A confiança construída no atendimento consultivo permite que o corretor tenha liberdade para apresentar propostas que extrapolam o plano inicial do comprador, desde que estejam alinhadas a uma lógica clara de benefício. O cliente, quando percebe o cuidado por trás da sugestão, tende a se abrir mais para alternativas.
A chave aqui não está no valor absoluto do produto oferecido, mas na percepção de valor agregado. Quando a sugestão está bem encaixada — tanto na jornada do cliente quanto no seu perfil emocional e financeiro — ela tem mais chances de ser aceita e, o mais importante, de gerar satisfação duradoura.
Vendas que crescem dentro da própria base
Corretores que desenvolvem uma carteira sólida de clientes satisfeitos sabem o quanto esse ativo vale. Mas poucos exploram esse relacionamento da maneira correta. Técnicas de cross-selling e upselling não precisam ser aplicadas apenas na venda inicial. Elas podem ser revisitadas após a concretização do negócio.
Clientes que compraram imóveis há seis meses podem estar em fase de reforma ou mobiliário — uma nova oportunidade para indicar parceiros estratégicos. Famílias que compraram uma casa há dois anos podem estar pensando em migrar para um imóvel maior. Investidores que fecharam uma unidade de alto padrão podem desejar ampliar o portfólio no mesmo bairro.
A venda de hoje pode gerar outra amanhã — desde que o corretor continue presente de maneira relevante. Aqui entra a importância de manter um CRM bem alimentado, registrar interações e entender o ciclo de vida de cada cliente. Quem trabalha com recorrência tem mais chances de crescer com constância.
Posicionamento, não insistência
É comum ouvir corretores dizendo que não gostam de “pressionar” o cliente. E isso é ótimo. Pressão não vende. Mas posicionamento, sim. Quando o corretor entende profundamente o produto que representa, e quando conhece o perfil do cliente que atende, ele se posiciona com autoridade.
Cross-selling e upselling não devem ser tratados como “táticas de empurrar produto extra”, e sim como estratégias de entrega de mais valor. A forma como o corretor apresenta as possibilidades — com clareza, segurança e respeito — faz toda a diferença. Em vez de parecer insistente, ele se torna um aliado, alguém que pensa junto com o cliente.
E esse é o ponto onde a profissão ganha densidade. Vender bem não é só fechar um contrato. É enxergar o potencial da venda e ampliar seus desdobramentos com inteligência comercial.
Cross-selling e upselling para corretores de imóveis
Cross-selling e upselling para corretores de imóveis são mais do que técnicas de aumento de receita. São formas de ampliar o valor percebido pelo cliente e aprofundar a relação entre necessidade, produto e solução. Corretores que incorporam essas estratégias à sua rotina evoluem de vendedores para consultores.
A venda se torna menos sobre o imóvel, e mais sobre a experiência. Menos sobre o momento, e mais sobre o futuro do cliente. E quando a proposta é feita com esse olhar — genuíno, bem fundamentado e estrategicamente oportuno — a conversão se torna uma consequência natural de um processo bem conduzido.
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